A espera do Noivo >> A voz do Pároco (08/11/2020)

Entramos na reta final do Ano Litúrgico, que iniciou no primeiro domingo do advento e concluirá na solenidade de Cristo Rei.
A centralidade do Ano Litúrgico é a Páscoa do Senhor Jesus: esta é a centralidade da nossa fé.
Mas, durante o ano a Igreja nos apresenta outros aspectos da fé em Jesus Cristo.
Neste 32° Domingo do Tempo Comum, inicia-se o caminho da escatologia , isto é, aquilo que já é e ainda não é, em outras palavras, é a espera da segunda volta de Jesus. A Liturgia de Domingo nos apresenta Lucas 25, 1-13, que fala da parábola das 10 jovens que pegaram suas lâmpadas de óleo e saíram ao encontro do Noivo.
Estas jovens representam cada Cristão que receberam a lâmpada da fé, mas, no percorrer da Vida necessita de óleo.
É necessário receber a luz da fé, isto é, o Batismo, mas , para que esta luz da fé permanecer acesa necessita ser alimentada com óleo, este que é a prática da fé em três dimensões: celebrada (sacramento), aqui é a fé dos sacramentos onde Cristo age, não é só o homem que procura Deus, mas, onde Deus procura o homem em cada sacramento;
professada (a fé que crê), é a fé que nós proclamamos com os nossos lábios que Jesus Cristo é o Senhor e Salvador da história individual e universal;
E vivenciada (a prática da fé), onde se compreende a nossa participação na transformação da sociedade, o Cristão que nega em praticar em atos a fé é igual as cinco virgens que não foram reconhecidas pelo Noivo, porque estas viviam somente para si.
O Cristão é chamado a esperar o Noivo Cristo Jesus, esta espera ou vigilância está nas três dimensões já citadas, a falta de uma delas é falha, é sinônimo de falta de amor pelo Noivo, falta de interesse ou podemos afirmar que é omitir a fé.
Aqueles que esperam o Noivo estão sempre prontos, porque estes, mesmo cochilando tem a certeza que ele chegará dependo da hora ou dia. Sempre está à espera. Podemos assim nos perguntar:
“- Estou à espera do noivo? ”
“- A minha fé é de fato uma fé vivencial, comprometida, assumida pessoalmente por mim ou minha fé é porque minha família crê e isto já basta?”
A Fé que não é vivencial não será reconhecida pelo Noivo, que triste, vivermos neste mundo e na segunda volta do Senhor Jesus não sermos reconhecidos por ele, porque nós não O amamos por meio das nossas atitudes celebradas, vivida e rezada.